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segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Os adolescentes

Hoje em dia, a probabilidade dos adolescentes se envolverem em comportamentos de risco, que afectam o bem-estar individual, é cada vez maior, surgindo assim a necessidade de intervir no sentido de os ajudar a serem bem sucedidos durante a adolescência, juventude e, posteriormente, enquanto adultos.

A adolescência é a altura mais apropriada para ensinar competências de vida. Durante este período, os indivíduos enfrentam um conjunto cada vez mais complexo de novos papéis e, ao mesmo tempo, necessitam de rejeitar ou modificar papéis anteriormente adquiridos. Os novos papéis implicam várias mudanças, no sentido em que os jovens têm que executar novas tarefas: desenvolver certas competências, lidar com emoções, tornarem-se autónomos, estabelecerem e desenvolverem relacionamentos interpessoais mais maduros, clarificarem objectivos e desenvolverem a integridade pessoal. Esta categorização inclui mudanças biológicas (no início da puberdade), mudanças de referência (de criança para adolescente e depois para jovem) e «recolocação» física (do 1.º ciclo do ensino básico para o 2.º ou 3.º). Até a criança atingir a idade da adolescência, os membros da família são, normalmente, a influência mais forte.
No entanto, nesta altura ocorrem também mudanças sociais significativas, relacionadas essencialmente com o facto dos grupos de colegas se tornarem na maior e mais influente fonte a afectar o comportamento e os valores dos adolescentes. Paralelamente, como os adolescentes passam uma parte significativa do dia na escola, o que acontece nesse contexto vai seguramente influenciar o seu comportamento. No entanto, também, não podemos minimizar a importância dos contextos extra-escolares, pois o facto dos jovens passarem mais tempo fora da escola que na escola faz com que esse período possa ser considerado de risco, especialmente se os pais estiverem a trabalhar e não existir ninguém a supervisioná-los. Assim, envolver os jovens em programas extra-escolares significativos e eficazes durante este período de constantes mudanças, em que podem começar a mostrar indícios de problemas de comportamento (ex: fumar, faltar à escola), constitui sem dúvida um desafio notável para os educadores.

As intervenções com adolescentes devem aumentar os comportamentos de promoção da saúde e, simultaneamente, diminuir comportamentos de risco, que possam comprometer a saúde.
Entre os comportamentos que comprometem a saúde encontram-se o abuso de drogas e álcool, comportamentos violentos e delinquentes, actividades sexuais prematuras e desprotegidas (que podem resultar numa gravidez indesejada ou em doenças sexualmente transmissíveis como a SIDA) e abandono da escola.
Normalmente, quando os jovens experienciam problemas numa destas áreas têm maiores probabilidades de terem problemas noutras áreas.
No entanto, se os adolescentes tiverem opções de vida saudáveis (competências de vida associadas com o sucesso futuro), eles serão capazes de evitar comportamentos não-saudáveis. Nesse sentido, torna-se necessário tentar desenvolver intervenções centradas em comportamentos que promovam a saúde, ensinando aos adolescentes «aquilo a que devem dizer sim», em vez de aprenderem «aquilo a que devem dizer não», procurando assim reduzir o número de comportamentos de risco e, ao mesmo tempo, aumentar o número de comportamentos de promoção da saúde.

O futuro é importante para os jovens e aqueles que não tiverem expectativas futuras positivas têm maior probabilidade de se envolverem em comportamentos de risco. De uma forma geral, existem investigadores que afirmam existir uma relação entre os comportamentos de risco, ou comportamentos problema e expectativas futuras negativas. De facto, enquanto que os jovens com expectativas positivas vêem a sua participação na sociedade como tendo recompensas a longo-prazo, os adolescentes com expectativas futuras negativas, como não se sentem valorizados pela sociedade, preocupam-se menos com o seu envolvimento em comportamentos problema. Por isso, o risco de elevado consumo de álcool da adolescência para o início da idade adulta, de abuso de substâncias, de actividades sexuais desprotegidas e de delinquência é claramente maior nestes jovens do que em jovens que têm confiança no futuro.

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