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sábado, 31 de julho de 2010

A estória do elefante

A estória do elefante
(autor desconhecido)


Um elefante no circo fazia sensação pelo seu tamanho, pelo peso e força descomunal que demonstrava durante a sua actuação. Contudo, depois de actuar e enquanto não voltava à pista do circo o elefante ficava preso unicamente com uma corrente ligada a uma pequena estaca cravada no solo.

Estranhava -se que uma pequena estaca e uma frágil corrente mantivessem preso um animal capaz de derrubar uma frondosa árvore somente com a sua força. Qual a razão que essa força não era utilizada para arrancar a corrente e fugir?

Alguém perguntou mas davam justificações pouco convincentes. Diziam muitas vezes que não fugia por estar amestrado. Mas se estava amestrado qual a razão para o prenderem? Nunca deram uma resposta coerente e esta dúvida acabou por ficar submersa no baú das memórias.

Um dia a vida vivida deu a resposta a esta questão. “O elefante do circo não fugia pois havia estado preso a uma estaca semelhante desde muito jovem”. Por certo, nessa altura, o elefante esforçou-se, tentou soltar-se e não conseguiu. No dia seguinte nova tentativa sem êxito. E no dia seguinte. E no outro... A estaca era nessa época muito forte para ele.

Até que um dia, um terrível dia na sua vida, o animal aceitou a sua impotência e resignou-se ao destino.

O elefante agora enorme não foge porque pensa que não pode. Tem registado na memória a recordação da sua impotência e jamais voltou a questionar esta situação. Jamais voltou a tentar por à prova a sua força para se libertar da prisão da corrente e da estaca.

Cada um de nós somos um pouco como este elefante. Percorremos a vida com estacas (preconceitos) que nos limitam a liberdade. Vivemos crendo numa série de coisas que “não podemos”, simplesmente porque alguma vez tentámos e não pudemos. Gravamos nas nossas recordações: “Não posso!”. “Não posso e nunca poderei!”.

A única forma de saber a verdade, é tentar de novo...


Jamais, jamais voltou a colocar em prova sua força, e isso muitas vezes acontece com todos nós! Vivemos acreditando em muitas coisas que "não podemos, que não vamos conseguir", por mais que tentemos, simplesmente porque, quando éramos crianças e inexperientes, algo não deu certo ou ouvimos tantos "nãos", que isso ficou gravado na nossa memória com tanta força, que perdemos a criatividade e aceitamos o: "sempre foi assim".

De vez em quando sentimos as correntes e confirmamos o estigma: "Não posso, nunca poderei, é muito grande para mim!". A única maneira é tentar de novo e não ter medo de enfrentar as barreiras, colocar muita coragem no coração e não ter medo de arrebentar as correntes.

Assim como o elefante, o homem também pode ser amestrado a ser submisso, a ser cegamente obediente, a nada questionar. É só acorrentá-lo, algo que lhe provoque dor ou sentimento de negação do próprio ser. Claro que falamos de correntes no sentido figurado, mas essas correntes existem, embora poucos as enxerguem.

Às vezes, as correntes são subtis, quase imperceptíveis. Obrigar a pessoa a andar com as mãos para trás, de cabeça baixa, sem motivo, apenas para mostrar quem é que manda, que a pessoa deve apenas obedecer, sem questionar, sem procurar uma lógica, uma explicação para aquilo. Se não cumprir, castigo, muitas vezes velado, escuso, obscuro. Notas, serviços, perseguição... A corrente está lá, se você fizer força, ela vai cumprir com o objectivo de prender e de o esmagar. A dor é para moldar a submissão ilimitada. Animal não pensa. A vida animal exige poucas ideias.

Depois de domesticado, o homem está pronto para cumprir a missão a qualquer hora do dia ou da noite, sem exigir nada. Apenas cumpre, sem reclamar, sem procurar uma lógica, sem ponderar. Foi domesticado a ser obediente, submisso. Tudo pelo interesse do dono, de seus caprichos, de suas disposições.

O homem não sabe a força que tem. Se unido com seus pares, ele é invencível. Mas, ao lhe mostrarem algo semelhante a uma corrente, ele logo se resigna. O drama do pensamento lhe traz recordações das dores da domesticação. A corrente está no subconsciente. Ele pensa que não pode, que não tem força...

As correntes estão lá, encarcerando-o, mas ele não vê.

Nós não podemos ser assim, porque ….

« Na batalha da vida aquilo que conta não é a crítica, nem quem aponta os deslizes cometidos pelos que trabalham, nem quem assinala os pequenos erros que poderiam ser melhorados numa determinada tarefa que foi cumprida. O crédito deve ser dado pelo contrário, aos que efectivamente se encontram no palco da acção, com faces marcadas pelo suor, pela poeira e pelo sangue; aos que se esforçam por encontrar; aos que erram e voltam a tentar, por saberem que não pode haver evolução sem erros; aos que procuram efectivamente fazer algo de concreto; aos que conhecem o entusiasmo e a devoção; que defendem uma causa que lhes parece justa; aqueles que, se tudo lhes correr bem, podem no fim conhecer o prazer das grandes realizações mas que se falharem, fazem-no depois de tentarem conseguir um objectivo, pelo que o seu lugar nunca pode ser ao lado daqueles que, frios e tímidos, nunca experimentaram nem a vitória nem a derrota».

THEODORE ROOSEVELT

domingo, 25 de julho de 2010

A Burocracia

A burocracia continua a ser, em pleno século XXI, um tormento para os que por necessidade ou falta de opção caem em suas malhas. As relações estabelecidas entre as instituições e pessoas são, por vezes, cruéis, insensíveis aos dramas pessoais, à pressa da vida quotidiana e ao desejo de resolver problemas.

Condena-se os serviços públicos que estão emaranhados em normas e papéis, inúmeros papéis. Mas a irracionalidade é que é a lógica da burocracia, que funciona mais de acordo com os seus próprios interesses – isto é, os dos burocratas e seus superiores – do que o interesse do serviço que apelidam estar representando. Aliás, é sempre assim que surge a defesa. ‘Eles’ dizem que defendem a moralidade pública, a ‘eficiência’, o bem público e o interesse colectivo. Reclamam dos que não aceitam as normas. Dizem que estão sempre certos e que todos devem aceitar suas autoridades, dando a elas um carácter divino.

Na maioria dos casos, trata-se de mera retórica, no pior sentido que esta palavra possa ter. Tudo se passa ao contrário, o que os defensores da burocracia realmente desejam é manter o ‘controle’ sobre as pessoas, impedir o livre fluxo da vida, paralisar a concessão de direitos e celebrar os seus próprios interesses. Obviamente, há momentos que eles cedem, quando, por exemplo, um poder maior determina que procedam de modo diverso. A existência desta possibilidade demonstra que é possível combater a monstruosidade das burocracias, desde que existam interesses nesta direcção.

Há algum tempo, defensores da informatização afirmavam que ela seria capaz de tornar a burocracia mais leve. Tudo não passou de mais uma doce ilusão. A burocracia transferiu-se, parcialmente, para a memória física e para as teclas dos computadores, mudando quase nada no que se refere aos seus maiores pecados: a morosidade e o esmagamento das pessoas com seu discurso opressivo e com as inúmeras ‘provas’ exigidas, isto é, papéis para repetir o mesmo de sempre. As filas continuam crescendo e os serviços continuaram confusos e caóticos.

É verdadeiro que na esfera privada a burocracia tende a ser menos pesada. Isto não quer dizer que não exista, e que também não penalize os seus clientes. Basta ver, o tratamento que os ‘clientes’ recebem nos bancos e o incrível número de denúncias contra estes, bem como contra as empresas privatizadas que fornecem serviços públicos.

Os burocratas deveriam ser obrigados a fazer cursos de direitos humanos, a lerem Kafka e a leccionarem sobre o que é uma democracia a sério. Deveriam ser punidos exemplarmente por seus actos, alguns muito graves. Demitir os teimosos e cobrar multas elevadas por não cumprirem suas funções com dignidade, poderiam ser algumas das medidas possíveis de serem tomadas. Os que estão em funções burocráticas e as exercem com a dignidade necessária deveriam ser premiados, erguidos às chefias e dado a eles condições para humanizar os serviços em que trabalham. A ditadura acabou, mas a da burocracia contínua viva e isto é um problema social a ser enfrentado por todos.

sábado, 10 de julho de 2010

“Os filhos são o melhor investimento que podemos fazer”

O papel do pai tem-se alterado ao longo dos tempos. Houve épocas em que ele era um ditador de regras e normas a serem obedecidas. Ao longo dos tempos, tem ocorrido uma mudança neste papel, sobretudo nas últimas décadas. De facto, pode-se dizer que a condição de pai evoluiu mais na última geração que em dois milénios, impulsionada por marcantes transformações culturais, sociais e familiares.
No início do século passado, o pai ainda desempenhava essencialmente uma função educadora e disciplinadora, segundo códigos frequentemente rígidos e repressivos.
A interacção pai/filho era reduzida nos primeiros anos de vida, bem como a sua participação nos cuidados diários à criança.

Essencialmente depois da II Guerra Mundial e em consequência de alterações profundas que se deram na sociedade ocidental (ambos os pais empregados e as
dificuldades económicas) o pai foi-se tornando cada vez mais participativo.
Historicamente, o pai nunca foi uma presença muito constante no quotidiano doméstico. Sempre coube ao homem o papel de prover o sustento da família. À mulher pelo menos até umas décadas atrás, competia o cuidado com a casa e a
educação dos filhos. Dessa forma, criava-se uma desigualdade enorme em relação ao papel desempenhado pelo pai e pela mãe na família: pois enquanto a presença da mãe era marcante na vida do filhos e era ela quem conhecia profundamente cada membro da família, o pai era praticamente um desconhecido, pois aparecia pouco em casa e quando estava lá, era quase tratado como uma visita que precisava de descansar e que não podia ser incomodada.

Talvez ainda hoje para muitos filhos, o pai continue a ser uma espécie de estranho, um sujeito que fica pouco em casa e que tem uma autoridade que por vezes chega a irritar.

No entanto as mudanças que falei antes que ocorreram na sociedade afectaram os homens de modo geral. Antes um homem sentia-se muito bem no seu papel na
família, e não se importava se a educação dos filhos ia bem ou mal, pois afinal não era esse o seu papel, pois ele estava ocupado demais a trabalhar para se incomodar com isso. A partir do momento em que a mulher foi para o mercado de trabalho e quando se começou a falar da importância da presença do pai na vida das crianças, o homem passou a sentir-se mais responsável pelo que acontece em sua casa e com os seus filhos. Mas muitos pais ainda não sabem como agir diante das responsabilidades com os filhos e esposa, pois os homens não têm uma educação muito voltada para assumir o seu papel de pai. Para a grande maioria dos pais o grande desafio tem sido o assumir esse papel de participante activo do quotidiano familiar, de acompanhar a escola e as conquistas das crianças e de ser a fonte de apoio quando os filhos precisam de segurança.

Logo ao nascer o bebé e a mãe criam um vínculo de estreita dependência que é necessário à sobrevivência dele. Isto torna-se essencial pois o bebé depende exclusivamente dos cuidados maternos para ser alimentado, tocado e acariciado.
É nesta hora que o papel do pai se faz necessário pois, sendo o terceiro elemento a entrar nesta relação, ele vem quebrar um pouco esta relação dual, criando uma relação triangular.

Muitas vezes, as mulheres não permitem a participação do pai, pensando que o mesmo não saberá lidar adequadamente com o filho; outras vezes não permite por achar que o papel da mãe é cuidar exclusivamente do bebé. É importante que o pai participe desde os primeiros dias da educação e cuidados com o filho.
Nas fases seguintes, quando o bebé passa a explorar o mundo externo, novamente a figura paterna é importante para incentivá-lo a tomar a iniciativa de conhecer o ambiente que o cerca. A mãe geralmente tende a exagerar nos cuidados para proteger o seu bebé, cabendo ao pai o papel de animá-lo a aventurar-se mais.
Os pequenos progressos da criança ao enfrentar o mundo, sempre incentivado pelo pai, vão sedimentando os seus sentimentos quanto às suas habilidades e ao seu próprio valor enquanto pessoa.

É reconhecido um importante papel do pai no desenvolvimento da criança: a interacção pai/filho é um dos factores decisivos para o seu desenvolvimento cognitivo e social, facilitando a capacidade de aprendizagem e de integração da criança na comunidade.

A razão principal pela qual o pai deve ter um relacionamento adequado com seu filho, é porque um dia esse filho tornar-se-á adulto e levará essa imagem reflectida por toda a sua vida.
Essa imagem, é uma herança preciosa que os filhos carregam, herança que se reflectirá na maneira como serão pais mais tarde; uma herança quase que perpétua, passada de geração a geração, perpetuando a imagem, a função e a importância do pai na formação de um adulto.

A intervenção do pai com o filho deve ser o mais precoce possível. Pode começar durante a gravidez da mãe, com o apoio e cuidados que deve prestar a esta, e os laços de afectividade que aí se poderão estabelecer.

O pai tem passado, ao longo dos tempos, de um papel preferencialmente disciplinar e sem qualquer envolvimento na infância precoce, para uma participação mais activa, quer na prestação de cuidados básicos, quer na de parceiro interactivo.
Estas sensibilizações da sociedade têm-se reflectido em modificações importantes inclusivamente de âmbito jurídico/legal.
O pai foi invadindo progressivamente o território anteriormente propriedade quase exclusiva da mãe e tornou-se tão competente a tratar dos filhos como ela e as diferenças entre pai e mãe são cada vez mais individuais do que de género.
O pai terá feito uma das últimas grandes conquistas do Homem, quando aceita (e com sucesso) o desafio da descoberta do bebé, esse ser que o surpreende,
que o entende e com o qual pode comunicar em perfeita sintonia desde o primeiro momento da sua vida.
Actualmente fala-se muito em auto-estima, porém esquece-se de salientar o
quanto o papel do pai é fundamental neste processo.
Um outro ponto que vale a pena ressaltar é que o pai fornece um modelo de
conduta para o seu filho, é com ele que se aprende a ser homem. Para a menina o relacionamento com o pai permite-lhe compreender como funciona o
universo masculino, e em função disto, aprende a lidar com as figuras masculinas na sua vida afectiva.
Ter uma boa relação com o pai não é exactamente ter no pai um companheiro e um amigo que encara com naturalidade todo e qualquer pedido que se faça. Pai é pai; amigo é amigo. O pai pode e deve ouvir, ajudar e ser compreensivo, mas sempre como pai, diferentemente dos amigos da escola ou do grupo. É claro que nem sempre se consegue corresponder a todas as expectativas ou suprir todas as necessidades dos filhos. Da mesma forma os filhos também não agem sempre da forma como os pais gostariam, mas estamos a falar de seres humanos e não de gente perfeita. Por isso a compreensão é a palavra - chave na relação entre o pai e os seus filhos.

Hoje podemos delinear pais mais presentes. No entanto, o ideal ainda está longe de ser real.
De uma maneira geral, a função do pai é dar apoio à estrutura familiar, usando a razão como factor preponderante, e aqueles pais que entendem as suas responsabilidades, formam juntos com a mãe a estrutura familiar para dar aos filhos, a qualidade que eles merecem.
Creio que o papel ideal do pai, é vivenciar o crescimento dos filhos, dar-lhes o apoio e segurança a que o seu papel compete, e ir soltando o laço afectivo, para que estes adquiram a confiança necessária em si e na vida.
Mas este pai, às vezes tem problemas e sérios problemas na relação com estes filhos. Muitos perdem-se nos padrões herdados de autoritarismo, outros competem com as mães nos afectos pelos filhos, outros apenas se submetem às
ordens da sua esposa e outros repetem os laços das suas mães, vivendo assim na relação de pai/filho, um lado mais feminino do que o seu esperado lado masculino.

O Papel de pai, tem tanta importância como o da mãe na estruturação de uma personalidade, pois se a natureza fez com que nenhum dos dois conseguisse sozinho esta proeza, é porque nós só evoluímos em conjunto, ou seja, mesmo individualmente, a nossa evolução é colectiva e pai e mãe têm a sua parte a fazer numa relação com os filhos. É a emoção, o afecto a razão e a disciplina tudo junto.

O pai tem o importante papel de formar o carácter do filho e dar-lhe uma referência para que este possa aplicá-la na sua vida. Para isso o pai precisa estar presente. A ausência do pai é um caso sério que, infelizmente, é muito comum.

Actualmente, existem muitas mães solteiras ou separadas que precisam criar os seus filhos, dar-lhes toda atenção e assistência necessárias. Muitas delas conseguem suprir todas estas necessidades, não só financeiras, como na formação da criança, exercendo uma função de pai e mãe ao mesmo tempo. O filho requer muito da presença paterna. Certamente, existem casos de pais que não têm o mínimo interesse na formação do carácter dos seus filhos, o que pode causar problemas e distúrbios na formação destas crianças. Todavia, é bom deixar claro que pai não é aquele que gera, mas aquele que cuida.
Existem muitos padrastos extraordinários que tomaram para si a responsabilidade e para a criança são como verdadeiros pais. E há outros que embora pais as maltratam.

Devemos conversar sempre e muito com os nossos filhos. E, se fazem algo que é errado, procurar manter um diálogo e fazê-los entender que tal atitude é incorrecta. O papel do pai com os filhos é estar presente, atento, acompanhando o seu desenvolvimento na escola, enfim, acompanhá-los no dia-a-dia. Este é um bom momento para que possamos reflectir qual é o verdadeiro papel do pai, faço uma pergunta: tu, pai, tens exercido bem o teu papel? Os filhos levam para a vida a referência paterna e aplicam-na no seu dia a dia. A vida é uma sequência, o que se aprende hoje aplica-se amanhã.
Estudos constataram que as crianças em idade escolar, nas famílias em que o pai também cuidava delas quando eram pequeninas, demonstram um aumento significativo do seu QI, maior tempo de atenção e mais vontade de aprender. (Terry Brazelton).

Na nova distribuição igualitária dos papéis masculino e feminino, o homem como marido, como pai e como educador tem sido o principal alvo de transformação.

Não quero ser exagerado com este modesto contributo, mas procuro que os filhos recebam o melhor na formação da sua personalidade. Como sabemos, há virtudes muito necessárias que não estão na moda, pelo que, lutar por vivê-las, requer, nalgumas ocasiões, singularizar-se, simplesmente porque a nossa vida e a dos filhos choca com o ambiente. Quando se é coerente, fortalece-se a família, constitui-se um ponto de referência para os outros e, sobretudo, educam-se bem os filhos, o que é o melhor investimento que podemos fazer.

(Este texto é uma compilação de artigos sobre crianças retirados da internet)

Quando o pai não é presente:

• Meninas têm 2,5 vezes mais propensão a engravidarem na adolescência e 53% mais possibilidades de cometerem suicídio

• Meninos têm 63% mais possibilidades de fugirem de casa e 37% mais possibilidades de utilizarem drogas

• Meninos e meninas têm duas vezes mais possibilidades de acabarem na cadeia e aproximadamente quatro vezes mais possibilidades de necessitarem de cuidados profissionais para problemas emocionais ou de comportamento.

Fonte - estatísticas: Departamento de Serviços Humanos e Social dos EUA

sábado, 3 de julho de 2010

Planificação

Planear o futuro, seja a curto, médio ou a longo prazo, significa o estar a antecipar vários cenários possíveis, ou seja, estar a programar, mostrando que se é capaz de conceber objectivos em função dos recursos disponíveis ao mesmo tempo que se vai delineando estratégias tendo como objectivo a sua concretização.
Ao planearmos, preparando as decisões com o fim de alcançar os objectivos, temos como finalidade melhorar o uso e a gestão dos recursos e consequentemente melhorar a nossa qualidade de vida.

Ao planearmos iremos fazer uma melhor gestão do tempo, tendo sempre em atenção o enquadramento em que estamos inseridos, as nossas qualificações e competências quer a nível pessoal quer a nível profissional, os factores financeiros, ou seja, temos de ter em conta os constrangimentos que poderão influenciar o planeamento.
Este planeamento irá ajudar-nos na nossa gestão pessoal e a atingir os objectivos que nos propomos atingir ao longo da nossa vida

Os quarenta e dois quilómetros de uma maratona não são necessariamente a corrida mais dura que existe. Esta competição é uma brincadeira de crianças comparada com a que fazemos dia após dia, e que só raras ocasiões nos deixa respirar: uma corrida chamada «própria vida».

Decidir onde queremos chegar ou, numa perspectiva mais ampla, decidir com um certo à-vontade para onde no dirigimos é pôr em prática o nosso talento e rentabilizar a nossa energia.

Quem avança aos tombos sem saber para onde vai arrisca-se a criar demasiadas oportunidades de fracasso pessoal, pois pode acabar no meio de paisagens que não interessam para nada e em que não se sabe ao certo o que se está lá a fazer. O passado é sempre irrepetível.

Todos nós chegamos a uma fase da vida em que nos colocamos grandes interrogações pessoais para decidir o que vamos fazer connosco próprios. É a fase decisiva em que rastreamos os desejos, interesses, conhecimentos e experiências, inclinações, vocações, paixões, companheiros, amigos e conhecidos, toda a envolvência que nos vai ajudar ou que nos pode prejudicar. É necessário, nessa altura, entrar num processo sublime de introversão, voar entre desejos, atentos à nossa pista de descolagem e à nossa própria energia, pois só estas nos permitirão levantar voo. E tomar decisões, mesmo que sem inteira confiança nelas, contudo concentrados num determinado objectivo, cientes de que enquanto vida biológica não nos vai colocar num voo sem possibilidade de mudar de rumo e de destino.

Depois de escolhida uma meta é determinante, a meu ver, passá-la ao papel. Fazer um plano a três, quatro ou no máximo cinco anos, definindo o que se quer alcançar e o que achamos ser necessário ao longo desse tempo para a atingir. Não é um diário íntimo em que alguns descrevem o seu passado; é o mapa do futuro que desejamos e os seus possíveis rumos. Quanto menos palavras, mais concretização e menos dúvidas. Verdadeiramente determinante é abri-lo pelo menos em cada três meses para nos reencontrarmo-nos connosco próprios num processo de análise e meditação, avaliando o rumo que estamos a seguir e as possíveis melhorias, mudanças ou rectificações que temos que fazer.

O simples facto de fazermos um plano não significa que alcancemos a meta, mas desviamo-nos menos.

A vida de cada um de nós poderá ser mais agradável e menos penosa, se a planificarmos, se a gerirmos bem e se tivermos presente que só poderemos viver com o que temos.