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sábado, 10 de julho de 2010

“Os filhos são o melhor investimento que podemos fazer”

O papel do pai tem-se alterado ao longo dos tempos. Houve épocas em que ele era um ditador de regras e normas a serem obedecidas. Ao longo dos tempos, tem ocorrido uma mudança neste papel, sobretudo nas últimas décadas. De facto, pode-se dizer que a condição de pai evoluiu mais na última geração que em dois milénios, impulsionada por marcantes transformações culturais, sociais e familiares.
No início do século passado, o pai ainda desempenhava essencialmente uma função educadora e disciplinadora, segundo códigos frequentemente rígidos e repressivos.
A interacção pai/filho era reduzida nos primeiros anos de vida, bem como a sua participação nos cuidados diários à criança.

Essencialmente depois da II Guerra Mundial e em consequência de alterações profundas que se deram na sociedade ocidental (ambos os pais empregados e as
dificuldades económicas) o pai foi-se tornando cada vez mais participativo.
Historicamente, o pai nunca foi uma presença muito constante no quotidiano doméstico. Sempre coube ao homem o papel de prover o sustento da família. À mulher pelo menos até umas décadas atrás, competia o cuidado com a casa e a
educação dos filhos. Dessa forma, criava-se uma desigualdade enorme em relação ao papel desempenhado pelo pai e pela mãe na família: pois enquanto a presença da mãe era marcante na vida do filhos e era ela quem conhecia profundamente cada membro da família, o pai era praticamente um desconhecido, pois aparecia pouco em casa e quando estava lá, era quase tratado como uma visita que precisava de descansar e que não podia ser incomodada.

Talvez ainda hoje para muitos filhos, o pai continue a ser uma espécie de estranho, um sujeito que fica pouco em casa e que tem uma autoridade que por vezes chega a irritar.

No entanto as mudanças que falei antes que ocorreram na sociedade afectaram os homens de modo geral. Antes um homem sentia-se muito bem no seu papel na
família, e não se importava se a educação dos filhos ia bem ou mal, pois afinal não era esse o seu papel, pois ele estava ocupado demais a trabalhar para se incomodar com isso. A partir do momento em que a mulher foi para o mercado de trabalho e quando se começou a falar da importância da presença do pai na vida das crianças, o homem passou a sentir-se mais responsável pelo que acontece em sua casa e com os seus filhos. Mas muitos pais ainda não sabem como agir diante das responsabilidades com os filhos e esposa, pois os homens não têm uma educação muito voltada para assumir o seu papel de pai. Para a grande maioria dos pais o grande desafio tem sido o assumir esse papel de participante activo do quotidiano familiar, de acompanhar a escola e as conquistas das crianças e de ser a fonte de apoio quando os filhos precisam de segurança.

Logo ao nascer o bebé e a mãe criam um vínculo de estreita dependência que é necessário à sobrevivência dele. Isto torna-se essencial pois o bebé depende exclusivamente dos cuidados maternos para ser alimentado, tocado e acariciado.
É nesta hora que o papel do pai se faz necessário pois, sendo o terceiro elemento a entrar nesta relação, ele vem quebrar um pouco esta relação dual, criando uma relação triangular.

Muitas vezes, as mulheres não permitem a participação do pai, pensando que o mesmo não saberá lidar adequadamente com o filho; outras vezes não permite por achar que o papel da mãe é cuidar exclusivamente do bebé. É importante que o pai participe desde os primeiros dias da educação e cuidados com o filho.
Nas fases seguintes, quando o bebé passa a explorar o mundo externo, novamente a figura paterna é importante para incentivá-lo a tomar a iniciativa de conhecer o ambiente que o cerca. A mãe geralmente tende a exagerar nos cuidados para proteger o seu bebé, cabendo ao pai o papel de animá-lo a aventurar-se mais.
Os pequenos progressos da criança ao enfrentar o mundo, sempre incentivado pelo pai, vão sedimentando os seus sentimentos quanto às suas habilidades e ao seu próprio valor enquanto pessoa.

É reconhecido um importante papel do pai no desenvolvimento da criança: a interacção pai/filho é um dos factores decisivos para o seu desenvolvimento cognitivo e social, facilitando a capacidade de aprendizagem e de integração da criança na comunidade.

A razão principal pela qual o pai deve ter um relacionamento adequado com seu filho, é porque um dia esse filho tornar-se-á adulto e levará essa imagem reflectida por toda a sua vida.
Essa imagem, é uma herança preciosa que os filhos carregam, herança que se reflectirá na maneira como serão pais mais tarde; uma herança quase que perpétua, passada de geração a geração, perpetuando a imagem, a função e a importância do pai na formação de um adulto.

A intervenção do pai com o filho deve ser o mais precoce possível. Pode começar durante a gravidez da mãe, com o apoio e cuidados que deve prestar a esta, e os laços de afectividade que aí se poderão estabelecer.

O pai tem passado, ao longo dos tempos, de um papel preferencialmente disciplinar e sem qualquer envolvimento na infância precoce, para uma participação mais activa, quer na prestação de cuidados básicos, quer na de parceiro interactivo.
Estas sensibilizações da sociedade têm-se reflectido em modificações importantes inclusivamente de âmbito jurídico/legal.
O pai foi invadindo progressivamente o território anteriormente propriedade quase exclusiva da mãe e tornou-se tão competente a tratar dos filhos como ela e as diferenças entre pai e mãe são cada vez mais individuais do que de género.
O pai terá feito uma das últimas grandes conquistas do Homem, quando aceita (e com sucesso) o desafio da descoberta do bebé, esse ser que o surpreende,
que o entende e com o qual pode comunicar em perfeita sintonia desde o primeiro momento da sua vida.
Actualmente fala-se muito em auto-estima, porém esquece-se de salientar o
quanto o papel do pai é fundamental neste processo.
Um outro ponto que vale a pena ressaltar é que o pai fornece um modelo de
conduta para o seu filho, é com ele que se aprende a ser homem. Para a menina o relacionamento com o pai permite-lhe compreender como funciona o
universo masculino, e em função disto, aprende a lidar com as figuras masculinas na sua vida afectiva.
Ter uma boa relação com o pai não é exactamente ter no pai um companheiro e um amigo que encara com naturalidade todo e qualquer pedido que se faça. Pai é pai; amigo é amigo. O pai pode e deve ouvir, ajudar e ser compreensivo, mas sempre como pai, diferentemente dos amigos da escola ou do grupo. É claro que nem sempre se consegue corresponder a todas as expectativas ou suprir todas as necessidades dos filhos. Da mesma forma os filhos também não agem sempre da forma como os pais gostariam, mas estamos a falar de seres humanos e não de gente perfeita. Por isso a compreensão é a palavra - chave na relação entre o pai e os seus filhos.

Hoje podemos delinear pais mais presentes. No entanto, o ideal ainda está longe de ser real.
De uma maneira geral, a função do pai é dar apoio à estrutura familiar, usando a razão como factor preponderante, e aqueles pais que entendem as suas responsabilidades, formam juntos com a mãe a estrutura familiar para dar aos filhos, a qualidade que eles merecem.
Creio que o papel ideal do pai, é vivenciar o crescimento dos filhos, dar-lhes o apoio e segurança a que o seu papel compete, e ir soltando o laço afectivo, para que estes adquiram a confiança necessária em si e na vida.
Mas este pai, às vezes tem problemas e sérios problemas na relação com estes filhos. Muitos perdem-se nos padrões herdados de autoritarismo, outros competem com as mães nos afectos pelos filhos, outros apenas se submetem às
ordens da sua esposa e outros repetem os laços das suas mães, vivendo assim na relação de pai/filho, um lado mais feminino do que o seu esperado lado masculino.

O Papel de pai, tem tanta importância como o da mãe na estruturação de uma personalidade, pois se a natureza fez com que nenhum dos dois conseguisse sozinho esta proeza, é porque nós só evoluímos em conjunto, ou seja, mesmo individualmente, a nossa evolução é colectiva e pai e mãe têm a sua parte a fazer numa relação com os filhos. É a emoção, o afecto a razão e a disciplina tudo junto.

O pai tem o importante papel de formar o carácter do filho e dar-lhe uma referência para que este possa aplicá-la na sua vida. Para isso o pai precisa estar presente. A ausência do pai é um caso sério que, infelizmente, é muito comum.

Actualmente, existem muitas mães solteiras ou separadas que precisam criar os seus filhos, dar-lhes toda atenção e assistência necessárias. Muitas delas conseguem suprir todas estas necessidades, não só financeiras, como na formação da criança, exercendo uma função de pai e mãe ao mesmo tempo. O filho requer muito da presença paterna. Certamente, existem casos de pais que não têm o mínimo interesse na formação do carácter dos seus filhos, o que pode causar problemas e distúrbios na formação destas crianças. Todavia, é bom deixar claro que pai não é aquele que gera, mas aquele que cuida.
Existem muitos padrastos extraordinários que tomaram para si a responsabilidade e para a criança são como verdadeiros pais. E há outros que embora pais as maltratam.

Devemos conversar sempre e muito com os nossos filhos. E, se fazem algo que é errado, procurar manter um diálogo e fazê-los entender que tal atitude é incorrecta. O papel do pai com os filhos é estar presente, atento, acompanhando o seu desenvolvimento na escola, enfim, acompanhá-los no dia-a-dia. Este é um bom momento para que possamos reflectir qual é o verdadeiro papel do pai, faço uma pergunta: tu, pai, tens exercido bem o teu papel? Os filhos levam para a vida a referência paterna e aplicam-na no seu dia a dia. A vida é uma sequência, o que se aprende hoje aplica-se amanhã.
Estudos constataram que as crianças em idade escolar, nas famílias em que o pai também cuidava delas quando eram pequeninas, demonstram um aumento significativo do seu QI, maior tempo de atenção e mais vontade de aprender. (Terry Brazelton).

Na nova distribuição igualitária dos papéis masculino e feminino, o homem como marido, como pai e como educador tem sido o principal alvo de transformação.

Não quero ser exagerado com este modesto contributo, mas procuro que os filhos recebam o melhor na formação da sua personalidade. Como sabemos, há virtudes muito necessárias que não estão na moda, pelo que, lutar por vivê-las, requer, nalgumas ocasiões, singularizar-se, simplesmente porque a nossa vida e a dos filhos choca com o ambiente. Quando se é coerente, fortalece-se a família, constitui-se um ponto de referência para os outros e, sobretudo, educam-se bem os filhos, o que é o melhor investimento que podemos fazer.

(Este texto é uma compilação de artigos sobre crianças retirados da internet)

Quando o pai não é presente:

• Meninas têm 2,5 vezes mais propensão a engravidarem na adolescência e 53% mais possibilidades de cometerem suicídio

• Meninos têm 63% mais possibilidades de fugirem de casa e 37% mais possibilidades de utilizarem drogas

• Meninos e meninas têm duas vezes mais possibilidades de acabarem na cadeia e aproximadamente quatro vezes mais possibilidades de necessitarem de cuidados profissionais para problemas emocionais ou de comportamento.

Fonte - estatísticas: Departamento de Serviços Humanos e Social dos EUA

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