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sábado, 27 de novembro de 2010

Os Conselhos Municipais da Juventude

O jovem está na base das preocupações sociais. A Juventude, como tema transversal, abrange várias matérias sociais, uma vez que os jovens são uma prioridade para várias vertentes de actuação, como segurança, educação, emprego, cultura, saúde etc. Em Portugal, as Políticas Públicas de Juventude ainda estão em fase inicial de elaboração e consolidação, e vivemos um contexto de luta pela garantia e ampliação dos direitos da Juventude.
Diante desse cenário de construção de mecanismos político-institucionais capazes de subsidiar o desenvolvimento das PPJ, figuram os Conselhos Municipais de Juventude (CMJs). Os CMJs são um espaço democrático que possibilitam o empenho real dos jovens, tornando-o capaz de influenciar a elaboração de Políticas Públicas que beneficiem a Juventude, a fim de melhorar as condições sociais, políticas, económicas e culturais de um espaço geográfico.
Em outras palavras, os CMJs interagem com todas as esferas políticas do município, levando ideias e propostas de acções específicas que possam ser implementadas pelo Poder Politico local. Trata-se, portanto, de um órgão estratégico de apoio que desempenha funções consultivas e fiscalizadoras. Além disso, constitui-se num parceiro legítimo e democrático de interacção entre a sociedade civil e o Poder Politico, possibilitando ao jovem uma oportunidade única de levar suas reivindicações até os poderes constituídos e, dessa maneira, tornar-se sujeito participativo do processo político, abandonando assim a apatia política que paralisa a juventude actual.
Além disso, a acção dos CMJs visa também a mudança do patamar de compreensão da sociedade sobre este importante segmento social, uma vez que é preciso que todos saibam qual é a real condição do jovem na sua realidade local e quais as suas mais urgentes necessidades. Os jovens envolvidos nas actividades dos CMJs buscam exercer uma actividade cívica que representa um saudável exercício de cidadania e de fortalecimento das estruturas democráticas locais, além de proporcionar o envolvimento dos cidadãos, tornando-os aptos a terem voz activa nas discussões políticas.
À medida que os trabalhos dos CMJs avançam nas localidades, podemos vislumbrar melhorias significativas na condição do jovem. Assim, será possível elevar sua condição social de sujeito passivo para cidadão activo do processo político-social, não só como alvo prioritário das PPJ, mas principalmente como protagonista na busca pelos seus direitos e na elaboração de Políticas Públicas que o beneficiem, uma vez que ninguém melhor que o próprio jovem para reflectir politicamente e ser capaz propor mudanças na sua realidade, aprimorando-a para o benefício geral da Juventude.
Portanto, o trabalho dos CMJs consiste em aproveitar o idealismo, a energia, o dinamismo e o potencial transformador do jovem, canalizando essa força positiva para a construção de mecanismos capazes de melhorar a sua própria condição. Dessa maneira, os CMJs funcionam como um elo que liga a sociedade civil ao Poder Público, sendo um mecanismo fundamental para estimular e fomentar uma participação mais activa dos jovens no processo político e social das sociedades.
Os jovens envolvidos nas actividades dos CMJs procuram exercer uma actividade cívica que representa um saudável exercício de cidadania e de fortalecimento das estruturas democráticas. Os jovens envolvidos nesses movimentos devem ser capazes de pensar e executar uma política renovada, uma vez que a Juventude como um todo afasta a ideia de participar do mundo político, em virtude das generalizações precipitadas que comprometem o interesse de participação política dos cidadãos, fixando estereótipos preconceituosos no imaginário nacional.
Ora, se há pouco interesse dos cidadãos em envolver-se nos assuntos políticos e em preocupar-se com a sociedade em geral, difícil se torna a manutenção e o fortalecimento da democracia.
Esses novos paradigmas devem estar alicerçados nas tendências progressistas do mundo actual, e não em práticas arcaicas e hábitos bolorentos que atestam a falência generalizada do actual modelo para a juventude. Nesse processo natural de renovação, o jovem está em posição decisiva e de grande responsabilidade, pois é sensivelmente mais predisposto a absorver novas ideias e a adaptar-se a situações inovadoras, dado o seu contacto intenso e precoce com a tecnologia e demais ferramentas virtuais que precisam ser postas a serviço da cidadania e utilizada em benefício das mudanças sociais.
Além disso, os novos modelos para a juventude devem pautar-se pela lógica inescapável da interdependência, conduzindo a acção rumo a um pensamento de um todo interconectado. A Juventude, portanto, deve conectar-se com as redes tecnológicas e saber canalizar todos os recursos que a sociedade da informação nos oferece em benefício do progresso social, político, económico e moral de onde se encontre inserida.
Enfim, um envolvimento mais profundo da Juventude nos processos é de fundamental importância para a consolidação da democracia. Os Conselhos Municipais de Juventude, proporcionam aos jovens dispostos a abraçar a causa da Juventude uma valiosa experiência de fazer a diferença ao dedicarem-se a projectos que visam fomentar a participação dos jovens na sociedade e, desse modo, solidificar a governabilidade democrática a nível local.

domingo, 21 de novembro de 2010

Divisões de Desporto Municipal

As Divisões de Desporto Municipal, como sector importante e assumindo-se como elo de ligação entre os Municípios e os cidadãos, deverão saber transmitir as necessidades de todos munícipes para ir de encontro ao desenvolvimento do desporto Municipal.
Facilitar o acesso à prática desportiva a todos os cidadãos, eliminando qualquer tipo de descriminação social ou económica, deve ser um princípio fundamental da Autarquia, de forma a responder com igualdade às necessidades de todos.
Não se deve transformar as Divisões de Desporto Municipal em únicas privilegiadas a poder oferecer prática desportiva aos cidadãos. Devem servir de apoio às organizações existentes no Município, principalmente para o movimento associativo, cujo estímulo por parte da autarquia é fundamental para o seu desenvolvimento.
Uma das formas de apoiar o movimento Associativo, proveniente de associações desportivas ou da própria Divisão de Desporto, é através do apoio financeiro por parte da autarquia, com a celebração de Contratos – Programa de Desenvolvimento Desportivo que estabeleçam as responsabilidades de ambas as partes, a autarquia assegura, em certa medida, a continuação do desenvolvimento desportivo no Município.
Através da Divisão de desporto, as Autarquias contam com uma divisão encarregada de distribuir as ajudas financeiras, de oferecer actividades desportivas aos munícipes, de promover o desporto Municipal, etc. O facto de poder descentralizar o processo de desenvolvimento do desporto Municipal, através de uma estrutura criada para desenvolver as políticas desportivas Municipais tornou-se imprescindível, visto que estas se apresentam cada vez mais complexas.
No desenvolvimento desportivo intervêm uma ampla diversidade de áreas organizacionais e nele se cruzam uma grande variedade de interesses. Isto provoca que os equipamentos necessários para o progresso da actividade desportiva acabem por se tornar dispendiosos. É neste momento que a Autarquia assume o papel de prever as sinergias necessárias à implementação de uma política integrada de todos os intervenientes.
As Divisões de Desporto Municipal devem determinar objectivos de qualidade e de quantidade para apoiar a actividade desportiva, desta forma vai constituir um elemento regulador para o desenvolvimento desportivo local. A implementação de programas com qualidade vai levar-nos a uma oferta e procura desportiva exigente em equipamentos, em técnicos e na própria actividade.
Sem esquecer a qualidade, é importante que o desporto promovido desde das Divisões de Desporto Municipal tenha um espírito social, que dê importância aos valores como princípio fundamental para a cidadania.


Texto da minha tese de Mestrado
Direcção e Gestão de Desporto

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O desporto como desenvolvimento das populações

Desencadeados pelas grandes transformações económicas e sociais iniciadas a partir dos anos cinquenta, começaram a surgir novos estilos de vida que deixaram de poder ser compreendidos e explicados através do modelo linear sequencial do passado consubstanciado no tempo de educação, seguido pelo tempo de trabalho e este pelo tempo de reforma.
A vida começou a deixar de ser entendida e vivida, em regime de exclusividade, pelo modelo formado por aqueles três estádios que se sucediam sem intercomunicarem entre si e que representava o “paradigma da sociedade industrial”, estandardizada e sincronizada, se utilizarmos a expressão de Alvin Toffler, para começar a ser caracterizada pela existência de uma multiplicidade de actividades que se interpenetram e intercomunicam ao longo da vida de cada um, de cada geração, de cada organização e de cada sociedade: a educação, o trabalho, a reforma, o lazer, o jogo, a religião, a saúde, o desporto, bem como o acesso aos serviços e diversas outras actividades que acabam por traduzir, no seu conjunto os diversos elementos que gerem o padrão de organização social e definem a qualidade de vida dos indivíduos.
É neste quadro que entendo que deve ser processado o desenvolvimento do desporto a partir das autarquias, já que entendo o desporto como uma multiplicidade de práticas de características próprias que acontecem de forma integrada ao longo da vida de cada um, de cada grupo e de cada comunidade.
O desporto é uma realidade social que cruza as mais diversificadas áreas das actividades humanas, quer elas sejam de cariz profissional, educacional, recreacional ou relativas à saúde das populações.
Neste sentido, as autarquias enquanto pólos de desenvolvimento económico e social acabam por ter uma responsabilidade acrescida em todo este processo.
No entanto, no que às autarquias diz respeito, é possível verificar diferentes filosofias de acção entre diferentes Câmaras Municipais. É possível encontrar em todos os quadrantes políticos, desde modelos mais ou menos intervencionistas, até ao total abandono, em termos de ideias, do fenómeno desportivo.

Cada vez existe hoje uma maior consciência de que as autarquias não podem ser meras estruturas repetidoras a nível local, das políticas muitas vezes questionáveis desenvolvidas a nível nacional. Por exemplo, felizmente, muitas autarquias recusam-se a sustentar um falso profissionalismo de clubes que em vez de serem geradores de riqueza, são sorvedouros de recursos públicos que deveriam ser utilizados para benefício da população em geral, muitas vezes carenciada de condições de acesso à prática desportiva.
Penso que uma política desportiva conduzida a nível local, passa pela criação de condições para que a generalidade da população, desde que o deseje, tenha acesso ao desporto.
Em conformidade, as Câmaras Municipais têm de criar projectos de desenvolvimento do desporto de acordo com as suas próprias realidades.
Hoje é, de uma forma geral, reconhecido pela generalidade das pessoas que, na maioria das vezes, as Câmaras Municipais podem exercer no domínio do desporto, uma acção de grande utilidade para as populações. Essa acção revela-se tanto mais eficiente e eficaz quando as Câmaras Municipais suportam as suas políticas num enquadramento técnico a trabalhar em regime de tempo pleno, responsável e solidário pelas soluções que propõe.
O caminho que proponho neste trabalho, visa desencadear processos de dinamização do sistema desportivo municipal para um trabalho de maior qualidade junto das populações e onde a autarquia se posicione como interface dinâmico, integradora e potenciadora de todo o sistema desportivo, mas com uma vontade própria, uma ideia e um plano em relação ao desenvolvimento desportivo do seu espaço geográfico de intervenção, encontrando novas soluções que respondam às necessidades e consequentes exigências das populações que cada vez mais procuram uma vida activa através do desporto.
As actividades físico-desportivas informais e a auto-gestão, na medida em que a pessoa ou não necessita de qualquer apoio, ou necessita apenas que lhe sejam concedidas algumas facilidades por qualquer entidade para poder realizar a sua ocupação do tempo de lazer de uma forma autónoma ao nível de animação desportiva e da recreação, são áreas afinal de intervenção privilegiada para o poder local, bem como a criação de equipamentos desportivos, como são o exemplo dos centros de lazer, que devem merecer a atenção e a preocupação do trabalho das autarquias locais nesta área, para além dos apoios que normalmente são concedidos ao desporto de gestão tradicional, assentes na estrutura do movimento associativo.

Texto da minha tese de Mestrado
Direcção e Gestão de Desporto

sábado, 6 de novembro de 2010

Ambição vs Ganância

“Nunca digas que não és ambicioso... Isso significará falta de objectivos e, consequentemente, falta de vontade e projectos de vida. Ambição deverás possuir sempre!”

As mudanças pelas quais passamos durante nossa vida são sempre muito interessantes de muitos pontos de vista como os da idade, experiência, meio em que vivemos e momento de necessidade.

A nossa vida tem uma sequência cíclica que nos movimenta em direcção àquilo que almejamos e somos influenciados por este movimento. Em determinadas fases, temos os nossos sonhos e objectivos muito bem desenhados à nossa frente, sejam eles materiais ou emocionais e conforme mudamos de fase esses mesmos sonhos vão sendo redesenhados e adaptados à nova realidade, isso se seguimos um sequência normal de factos que desencadeiam durante nossa vida. Trocando em miúdos temos nossos sonhos de criança, portanto objectivos de criança, mas no meio deles seguem aqueles que duram por toda a vida e da mesma forma os sonhos e objectivos de adolescente onde também alguns deles nos seguem a vida toda e assim também acontece na fase adulta.

Quando chegamos à nossa fase chamada de adulta inicial, queremos apenas ocupar nossos espaços em branco para podermos construir os alicerces da nossa vida e um pouco depois começam a aparecer as ambições em busca de objectivos que muitas vezes acaba se transformando no pesadelo da Ganância, porque trocamos a felicidade pelo poder material.

É normal que sejamos ambiciosos em busca de varias realizações em todos os campos da nossa vida e assim devemos ser, porém quando essa ambição passa a ser gananciosa, ela acaba destruindo toda a nossa busca e transformando nossa vida futura num pesadelo.

A Ganância é o sentimento de busca incondicional e desmedida que uma pessoa propõe a si própria para alcançar sonhos e objectivos, enquanto que a ambição é a razão consciente dessa busca.

O Ganancioso pode ganhar muito materialmente falando, mas perde pessoas, perde importantes parcerias e acaba perdendo a essência do seu próprio futuro, que pode ser a felicidade, enquanto que o ambicioso constrói parcerias e desenha em sua vida um futuro de conquistas em todas as áreas que envolvem a solidez de um ser humano.

Vemos pelo mundo uma grande quantidade de pessoas que se tornaram gananciosas, pela competitividade que o mundo apresenta e eles sequer sabem que estão agindo com ganância, parece até uma atitude inconsciente, apenas corre atrás das coisas defendendo interesses egocêntricos e mesquinhos, fruto apenas da busca desenfreada da satisfação imediata que as conquistas trazem.
Não seria maravilhoso se as pessoas tomassem consciência do quanto estão agindo com ganância e passassem a agir com actos mais humildes em seu dia a dia até nas atitudes mais simples? Por exemplo, uma pessoa ambiciosa quer estacionar seu carro numa vaga próximo a da entrada de um Supermercado e para isso ela aguarda ou procura as vagas que estão dentro do seu objectivo e usa de flexibilidade para ser feliz, já a pessoa gananciosa estaciona na vaga de deficientes, sem se preocupar com as consequências dessa sua atitude e o mais incrível é que essa pessoa se é questionada a respeito, na maioria das vezes não acha que está sem razão, exactamente porque acabou dominada por sua ganância desenfreada.
Mas o importante não é questionar esse comportamento e sim, procurá-lo dentro de nós e tentar mudar isso, porque todos nós estamos sujeitos a sermos dominados por sentimentos egocêntricos como a ganância.

Pense regularmente em suas atitudes na busca dos seus objectivos, busque dentro de você a verdadeira forma de atingir seus sonhos e objectivos, seja persistente àqueles sonhos que o tornarão felizes a longo prazo e o grande bem que podemos fazer neste mundo e que está ao alcance de todos é não prejudicar a nenhum dos nossos semelhantes na busca dos nossos sonhos.


Pense sempre nisso...


Adaptação de texto da Internet